Será que meu filho tem preguiça ou dificuldade para estudar?
É muito comum que no meio ou no final do ano letivo, quando são
divulgadas as avaliações escolares dos filhos, os pais se depararem
com algumas dificuldades observadas pelos professores, como “não
consegue aprender”, “habilidade em desenvolvimento”, “não se
esforça para realizar as atividades”, entre outros. Surge então uma
pergunta muito comum: “é dificuldade ou é preguiça?”, “o que devo
fazer?”, “qual profissional devo procurar?”. É preciso descobrir a
origem.
Primeiramente, é muito importante entender a origem das
dificuldades apontadas pela escola. Nenhuma criança apresenta
dificuldades de aprendizagem porque simplesmente quer ou ao
acaso. Até porque estas dificuldades podem vir acompanhadas de
situações difíceis de lidar, pois a criança pode se comparar com os
colegas de sala que têm melhor desempenho, por exemplo, e passa a
sofrer e se cobrar muito mais, gerando ainda mais sofrimento.
Quando a queixa da escola aparecer, é importante que a família
entenda o motivo destas reclamações, conversando com a criança e
entendendo o contexto que isso acontece. Mudanças importantes na
vida da criança, como a chegada de um irmão mais velho, a
separação dos pais, o falecimento de algum familiar ou alguém
próximo, por exemplo, podem ser o gatilho para que algumas
dificuldades de âmbito escolar possam aparecer. Muitas vezes, a
criança não tem estrutura emocional para lidar com certos tipos de
mudanças e o primeiro local em que isso pode se manifestar é na
escola.
No entanto, existem casos em que a criança possui perfil compatível
para algum transtorno de aprendizagem específico, então, com o
aumento da demanda das matérias, e conforme ela se adianta nos
anos escolares, estas dificuldades vão aparecendo e se intensificando.
Após entender os possíveis motivos de a criança ter apresentado
estas dificuldades, o ideal a ser feito é procurar um profissional
especializado na área, como neurologista, psicólogo, neuropsicólogo,
psicopedagogo e/ou fonoaudiólogo. A escolha do profissional será de
acordo com a queixa específica do aluno.
Com o profissional adequado, será iniciado o processo de avaliação
diagnóstica e após a conclusão desta avaliação, os pais serão
orientados sobre qual tipo de intervenção será mais adequada para
seu filho. É importante destacar que quanto mais cedo for feito o
diagnóstico, melhor será para a criança, que terá o apoio e suporte
necessário para seu desenvolvimento.
Entre as organizações que oferecem avaliação diagnóstica para
identificar esses casos está o Instituto Jô Clemente. Através do
Ambulatório de Diagnóstico, profissionais realizam exames e
investigam possíveis causas de deficiência intelectual em crianças,
jovens e adultos. Os atendimentos podem ser realizados pelo SUS
(Sistema Único de Saúde) ou por planos de saúde e particulares.
Autora
Kelly Carvalho Freitas é supervisora do Serviço de Estimulação e
Habilitação do Instituto Jô Clemente.
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