Como lidar com a nutrição de crianças com restrições alimentares ?

A descoberta de uma doença que necessita adaptar a alimentação
das crianças a uma série de restrições gera angústia para os pais e
toda a família. Uma vez que a alimentação está ligada à eventos
sociais como aniversários, passeios na escola, festas em família e
refeições na casa de amigos, é importante que a restrição

 

seja
adaptada e evite o isolamento da criança. Afinal, o sentimento de
exclusão na infância pode causar traumas futuros.

Expressões como “alimento proibido”, “não coma”, “não pode” geram
medo e insegurança nos pais, mas para ter sucesso no tratamento é
preciso seguir à risca as orientações do pediatra ou nutricionista que
acompanham o filho. Por isso é muito importante que pais,
familiares, a própria criança e pessoas do seu convívio estejam bem
conscientes sobre o porquê da restrição alimentar. Deve-se evitar
tratar a criança com diferença ou com sentimento de pena, pois ela
irá perceber e isto contribui para a baixa autoestima.

No dia a dia escolar
O ingresso escolar causa uma enorme preocupação nos pais, pois a
criança sai do ambiente familiar e passa a conviver com novas
pessoas e alimentos. O ambiente escolar é importante não só para a
educação, mas também para socialização, por isso o novo aluno deve
ser recebido de maneira inclusiva e jamais ser isolado durante as
refeições.

A Lei Federal nº 12.982/14, sancionada em maio de 2014, garante
merenda escolar especial para alunos com restrições alimentares, o
que é uma grande vitória para a questão da inclusão social. Deve-se

levar para a escola um relatório do profissional – pediatra ou
nutricionista – que acompanha o paciente, com esclarecimentos sobre
a doença e as restrições alimentares.

É preciso conversar também com o diretor, professores, merendeiras
e responsáveis pela cantina escolar. Aos professores cabe a
explicação de forma lúdica sobre a restrição alimentar aos colegas de
classe. É dever da escola avisar aos pais, com antecedência, sobre os
dias de festas e eventos comemorativos para que estes providenciem
alimentos similares aos que serão servidos e, deste modo, a criança
participe das atividades junto aos colegas.

Na hora da compra e no lazer

Ao comprar alimentos industrializados é preciso estar atento às
informações da composição alimentar nos rótulos das embalagens.
Em caso de dúvidas, o nutricionista que acompanha a criança deve
ser consultado. E, claro, nunca oferecer alimentos antes de verificar
se a criança realmente poderá consumi-los.

Em restaurantes, os pais devem também verificar com o garçom a
composição dos pratos servidos, explicando sobre a restrição
alimentar do filho. No caso de passeios em parques, clubes, teatros e
zoológicos, opções de lanches que sigam as orientações do
nutricionista serão sempre bem-vindos para evitar imprevistos.

A família e a criança não devem se privar de aproveitar os momentos
de lazer. Nunca se deve brigar com a criança, principalmente na
frente dos outros, se ela ingerir alimentos que não fazem parte da
dieta. Isso gera tristeza e revolta e pode fazer com que a criança
comece a comer o que não deve escondida. É preciso que a criança
tenha sempre alimentos que façam parte da sua dieta à disposição.

Uma criança com restrição alimentar pode fazer tudo o que as outras
crianças fazem: correr, brincar, pular, estudar, mas há a necessidade
de seguir o tratamento corretamente para garantir sua saúde e bem-
estar.

As Organizações de pessoas com restrições alimentares podem apoiar
os pais e as crianças. A troca de experiências e receitas específicas
com outros envolvidos auxilia no fortalecimento do tratamento. É
imprescindível contar com o diálogo honesto e o carinho dos pais
para que a criança entenda a importância de seguir o tratamento,
garantindo a sua qualidade de vida.
Autora

Ana Rita Ferreira, Nutricionista no Ambulatório de Triagem
Neonatal do Instituto Jô Clemente

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